Revolução de 1924 ganha novo livro com imagens do acervo da FES

Todo mês de julho, São Paulo rememora a Revolução Constitucionalista de 1932, um dos principais episódios da história do Estado. No entanto, não nos esqueçamos de que foi neste mesmo mês do ano que ocorreu, em terras paulistas, a Revolução de 1924, um conflito bélico igualmente significativo.

Fundação Energia e Saneamento | FES – Um dos levantes do chamado movimento tenentista, a rebelião, deflagrada no dia 5 de julho de 1924, colocou a cidade de São Paulo em um estado de guerra civil. Durante 23 dias, rebeldes e as tropas leais ao governo federal travaram intensos combates que levaram cerca de 250 mil pessoas a abandonarem a Capital, além de inúmeros mortos e feridos.

Tanque de guerra, um dos mais modernos da época, usado pelas tropas legalistas durante a Revolução de 1924. Foto: Acervo da Fundação Energia e Saneamento




Originalmente apresentada como Dissertação de Mestrado ao Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica – PUC-SP, São Paulo deve ser destruída, escrita pelo jornalista Moacir Assunção, sai agora em livro pela Editora Record. São 280 páginas com 16 imagens, entre as quais 13 pertencentes ao acervo da Fundação Energia e Saneamento. Em São Paulo deve ser destruída, Moacir Assunção lança um outro olhar sobre o episódio, ao procurar dar voz àqueles que foram diretamente atingidos pelos bombardeios lançados pelas forças federais, sobretudo os moradores dos bairros do Brás, Ipiranga e Mooca.

O livro traz ainda dois textos de abertura escritos por Fernando Jorge e por Estefânia Knotz Canguçu Fraga. Além das fotografias presentes na obra, o acervo completo da Fundação Energia e Saneamento, com cerca de 150 imagens sobre a “Revolução Esquecida”, pode ser consultado no banco de imagens online da instituição.

Tenentismo

Liderada por jovens oficiais do exército brasileiro insatisfeitos com o sistema político vigente durante a República Velha, a Revolução de 1924 tinha como objetivo central a destituição do então presidente do Brasil, Artur Bernardes. Para os rebelados, Bernardes representava os vícios da política “café com leite” que havia levado as elites de Minas Gerais e de São Paulo a repartir o poder político do país desde 1898, após a ascensão de Campos Sales à presidência.

1924 – Incêndio causado por bombardeio nos armazéns Nazareth Teixeira & Cia, na Mooca. Foto: Acervo da Fundação Energia e Saneamento

 

Residência na Rua 21 de Abril, no Belenzinho, bombardeada por soldados legalistas. Foto: Acervo da Fundação Energia e Saneamento

 

Cerca de 250 mil moradores da Capital deixaram a cidade durante os conflitos, que vitimaram centenas de pessoas, incluindo a população civil. Foto: Acervo da Fundação Energia e Saneamento

 


Tenente Cabanas (à esquerda), líder dos revoltosos, condecora soldados ao lado do tenente Olympio. Foto: Acervo da Fundação Energia e Saneamento
 

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