Memória de SP: os bondes da Light e o início do transporte coletivo na cidade


Em função da abolição da escravatura e do surgimento de novas atividades econômicas, como o setor imobiliário, durante a última década do século XIX a Capital viu nascer os bairros de Campos Elíseos, Higienópolis e a Avenida Paulista, entre outros. Com a ampliação da área urbana, surgiu a demanda por serviços de infraestrutura como energia, saneamento e transportes. Atentos a essa realidade, os canadenses da Light chegaram à cidade em 1899, e no ano seguinte começaram a implantar a rede de bondes elétricos. Os recursos para essa empreitada vieram de capitalistas que até então haviam investido nas ações das companhias de estradas de ferro, construídas para possibilitar o transporte do café do interior ao porto de Santos.

Fundação Energia e Saneamento

 

Foto: © Acervo Fundação Energia e Saneamento.

 

Por onde as linhas de bonde passavam, a valorização dos terrenos em seu entorno era certa. A companhia canadense mantinha relação estreita com a Cia. City, responsável por loteamentos como o atual bairro dos Jardins. Além disso, a empresa estendia suas linhas na direção dos novos extremos da cidade, permitindo−lhe cobrar passagens acumulativas em função da divisão tarifária por zonas.

 

Foto: © Acervo Fundação Energia e Saneamento.

 

Antes da chegada da Light em 1900, São Paulo já possuía serviço de transporte coletivo. Desde 1870, algumas empresas percorriam as principais ruas da cidade com bondes movidos à tração animal. Em 1899, estas transportadoras se fundiram para formar a Companhia Viação Paulista, que se tornaria a principal concorrente da Light. As primeiras linhas de bonde elétrico estabeleceram−se em áreas já ocupadas pela Viação, o que gerava brigas de rua entre assentadores de trilhos da Light e funcionários da Paulista. Após diversas negociações e manobras, em 1901 a empresa canadense obteve a concessão da Companhia Viação Paulista.

 

Foto: © Acervo Fundação Energia e Saneamento.

 

Com tarifas superiores a Berlim e Buenos Aires, o transporte da Light sofria críticas. Em 1909, a companhia passa a incluir, em definitivo, os bondes operários, que custavam 100 réis, metade da tarifa regular. Mais tarde, na década de 1920, o bonde já se torna o principal meio de transporte da cidade, mas o número de passageiros não se equipara ao número de carros oferecidos. Com a superlotação, ônibus são inseridos na malha urbana da Capital e impõem concorrência à Light; no mesmo período, a companhia coloca em circulação os chamados “camarões”, bondes fechados que se tornam sucesso imediato. A partir dos anos 1930, a conjuntura política passa a beneficiar o investimento no transporte individual, levando a Light a se desinteressar pelo setor de transportes. A trajetória dos bondes da Light em São Paulo termina em 1947, quando o serviço de viação urbana é assumido pela Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC).

 

Foto: © Acervo Fundação Energia e Saneamento.

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